- A SENHORA NÃO VAI IMPLICAR DE NOVO COM MINHA NUDEZ, VAI, D. EULÁLIA? - QUIS SABER, RESSABIADO AO VÊ-LA ABRIR A PORTA DOS FUNDOS DE SUA CASA.
- NÃO, FILHO! NÃO DESSA VEZ! - DISSE A SEPTUAGENÁRIA, ESBOÇANDO UM INCOMUM SORRISO.
- MENOS MAL! - FALEI, APOIANDO UMA DAS PERNAS CONTRA A PAREDE E NELA ME RECOSTANDO, NUMA PAUSA DE MINHA CORRIDA MATINAL.
- PRECISO QUE VOCÊ ME TROQUE UMAS LÂMPADAS QUEIMADAS, JEREMIAS. VOCÊ FARIA ISSO POR ESSA VELHA IMPLICANTE E CHATA? - ELA INDAGOU, VITIMIZANDO-SE.
- TÔ TODO SUADO, FEDORENTO... E NU. D. EULÁLIA! - AINDA TENTEI DEMOVÊ-LA DA IDEIA.
- EU NÃO ME IMPORTO, FILHO! - ASSEGUROU-ME.
- NÃO SEI: ACHO ESTRANHO! A SENHORA NUNCA ME CHAMOU DE FILHO ANTES. NÃO SOU O VIADÃO BARBUDO DA CASA DA ESQUINA? - PROVOQUEI-A, DANDO UMA NADA DISCRETA COÇADA DE SACO.
- É SIM! UM BELO VIADÃO BARBUDO QUE, SIM, PODERIA SER MEU FILHO... SE FILHOS EU TIVESSE TIDO! - RESPONDEU A VELHA MULHER.
- OK, D. EULÁLIA! SEU FILHO VIADÃO, BARBUDO E PELUDO VAI LHE AJUDAR! - CAPITULEI, PROVOCANDO ALGO INESPERADO: ELA SE APROXIMOU E ME ABRAÇOU ANTES QUE EU PUDESSE ESBOÇAR ALGUMA REAÇÃO...
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