ALMA GAY: O XAMÃ NEGRO E NU DA CEI - CONGREGAÇÃO ESPÍRITA INCLUSIVISTA

DAMIÃO DONATO É O XAMÃ DA CEI - CONGREGAÇÃO ESPÍRITA INCLUSIVISTA HÁ UM ANO. NEGRO E NU, O BEM-DOTADO DONATO É UM ÁS NO MANEJO DO TAMBOR. CONSIDERADO UM 'CAVALO' (AQUELE QUE FAZ A PASSAGEM DO PLANO CONCRETO PARA O SUTIL) EM DIVERSAS TRADIÇÕES ESPIRITUALISTAS, COMO XAMANISMO, O TAMBOR É USADO COM ESSA MESMA INTENÇÃO NA CULTURA TÂNTRICA, NO BUDISMO TIBETANO.

ISSO SEM FALAR NOS TAMBORES COMO MARCADORES DOS CULTOS AFROS DA UMBANDA E DO CANDOMBLÉ - ATRAVÉS DO TOQUE DOS ATABAQUES, DIFERENCIANDO-OS DE EVENTOS DE RELIGIÕES DE ORIGEM EUROPÉIA, COMO O ESPIRITUALISMO KARDECISTA.

EM PARALELO, OS CIENTISTAS INVESTIGAM A UNIÃO DA FREQUÊNCIA RÍTMICA DOS TAMBORES COM A ATIVIDADE NEURONAL DO SER HUMANO. NÃO SÃO RAROS OS RELATOS DE PESSOAS QUE ENTRARAM EM ESTADO DE TRANSE AO TOCAR, DANÇAR OU SIMPLESMENTE ESCUTAR O SOM DO INSTRUMENTO ANCESTRAL.

CIENTE DESSE PODER, O XAMÃ COMEÇA OS CULTOS COM UM RITUAL DE PURIFICAÇÃO. COM UMA DUCHA ELE SE LAVA E, USANDO APENAS UM COCKRING DE PRATA TRAZIDO DO NEPAL, ELE SE POSICIONA NO CENTRO DA RODA DE FREQUENTADORES DO CEI, EM SESSÕES COM DOZE PARTICIPANTES, E COMEÇA A ENTOAR SUAS BATIDAS. INICIALMENTE RELAXANTE E DE RITMO LENTO, A INTENSIDADE DAS BATIDAS É CRESCENTE. AO FINAL, TODOS PULAM E DANÇAM FRENETICAMENTE AO SOM DO TAMBOR, AGORA AJUDADO POR DOZE OUTROS TAMBORES QUE SE JUNTAM NA CELEBRAÇÃO DA VIDA.

SUADÍSSIMOS E EXAUSTOS, OS PARTICIPANTES SE ENVOLVEM NUM DEMORADO ABRAÇO COLETIVO E ENTOAM CÂNTICOS AO SOM DELICADO DE XILOFONES VIETNAMITAS TOCADOS PELOS ANTIGOS XAMÃS. UM XAMÃ, AFINAL, SÓ DEIXA DE SER XAMÃ QUANDO DEIXA ESSE PLANO EXISTENCIAL.