- TIO AUGUSTO, TIO AUGUSTO...
ACORDEI DA SONECA COM ESSE MANTRA SENDO ENTOADO NA MINHA MENTE RELAXADA. COMO DE HÁBITO, ESTAVA DESCANSANDO ENQUANTO AGUARDAVA O TÉRMINO DAS AULAS. HAVIA REBAIXADO O BANCO TRASEIRO DA VAN E ME DEITARA LÁ. FOI QUANDO SENTI TOCAREM NA MINHA PERNA.
ABRI OS OLHOS E VI APORTA ABERTA E DOIS ALUNOS APREENSIVOS A ME OLHAR. ESTAVA NUMA POSIÇÃO DESFAVORÁVEL: AS PERNAS ABERTAS, O PÊNIS REPOUSADO SOBRE MINHA PÉLVIS E O RABO PELUDO TOTALMENTE À VISTA. ME ERGUI DE PRONTO, FICANDO SENTADO.
- O QUE HOUVE, PESSOAL? A AULA JÁ ACABOU? - PERGUNTEI.
- O EDGAR FOI PEGUE FAZENDO BOQUETE NO BANHEIRO, TIO AUGUSTO. ELE FAZ QUESTÃO DA SUA PRESENÇA...
- DROGA! - FALEI, CIENTE QUE MINHA NUDEZ PODERIA AGRAVAR A SITUAÇÃO DO MEU SOBRINHO, ÓRFÃO DE PAI.
ACOMPANHEI OS GAROTOS E, SOB O OLHAR RECRIMINATÓRIO DAS RECEPCIONISTAS, FUI CONDUZIDO AO GABINETE DO DIRETOR. E POR ELE RECEBIDO COM INESPERADA SIMPATIA: MEU SOBRINHO LHE CONTARA SOBRE MEU TRABALHO, MINHA NUDEZ E HOMOSSEXUALIDADE.
- DEVO DEDUZIR QUE A OPÇÃO SEXUAL DO NOSSO QUERIDO EDGAR NÃO SEJA UMA QUESTÃO PARA SUA FAMÍLIA, ESTOU CERTO?- ELE DISSE, AO APERTAR MINHA MÃO.
- COMPLETAMENTE!- AQUIESCI, COM FIRMEZA.
- ÓTIMO! DA ÚLTIMA VEZ QUE ALGO SIMILAR ACONTECEU, O GAROTO FOI TIRADO DA ESCOLA PARA EVITAR COMENTÁRIOS, UMA SITUAÇÃO LAMENTÁVEL DE NEGAÇÃO DA REALIDADE...- ELE EXPLICOU-SE.
- O EDGAR NÃO SOFRERÁ TAMANHO TRAUMA, DIRETOR! - ASSEGUREI-LHE, ABRAÇANDO E BEIJANDO MEU ÚNICO SOBRINHO.
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